SEMPRE A ESPERA

 

Na curva do silêncio, o tempo mora,

E traz consigo o vento a me envolver.

Há sombras que se alongam pela aurora,

Enquanto a vida insiste em não ceder.

 

Espero o dia em que teu passo venha,

Trazendo luz ao breu do meu caminho.

Qual flor que ao sol se curva e se empenha,

Vivo da tua ausência, tão sozinho.

 

O relógio devora as horas lentas,

Mas meu anseio nunca se desfaz.

Nas noites frias, minhas mãos sedentas

 

Buscam por ti, num gesto que é voraz.

Sempre a esperar, na alma a dor sustenta

A fé de um reencontro que me traz.

 

Prado, Bahia, 03 de Janeiro de 2015