Natal da Vovó

Uma idosa atravessa a praça,

Vejo sua alma em cada mão,

Num corpo frágil que a família não abraça,

Carrega as marcas da aflição.

Uma mãe sem filhos, tão solitária,

Uma avó sem netos a consolar;

Vestindo trajes de vida precária,

Caminha firme e faz meu ser pensar.

Hoje a igreja surge, não sei de onde,

Doando alimento, alivia a dor;

A dor que em sua alma não se esconde,

Revela um amor puro, de clamor.

Não importa a família que não corresponde,

É Natal, e ela renova esse amor.