Perfeito

Primeiro soneto de um livro de poesias nessa tipologia poética intitulado Reverenciem o Demiurgo Moderno

O bom preço da minha perfeição

O preço de ser solado perfeito

É fazer do desgosto uma paixão

Ainda que se arda meu cansado peito

O perfeito existe, existe de fato

Nos pequenos pormenores detalhes

Que eu, oleiro, calmamente forjo e talho

Ainda que me falte respirar, os ares

O imperfeito é tão só Demiurgo

Tristemente reunindo vários cacos

Costurando remendos, bem afundo

Pois deixar uma obra sua de lado

É tal renunciar parte do mundo

E sua plenitude, santa ou sado