ROSA 548

Nos labirintos frios da existência,

Jovens nascem, já feridos e sós,

Desprezam o amor, a sábia essência,

Das vozes que, com dor, foram seus avós.

Estudo e labor, ao longe, se exilam,

Em telas brilham, corpos em exibição,

Por dinheiro fácil, os valores destilam,

Heranças de mortos, a triste ilusão.

Eis a geração, em rede aprisionada,

Débeis mentais, no efêmero a vagar,

Sonhos desfeitos, a vida maltratada.

Que futuro espera essa estrada?

Caminhos sem luz, sem norte a guiar,

A boca é esgoto, a alma, uma espada.