Preciso

“Navegar é preciso; viver não é preciso”

é frase atribuída a um general Pompeu.

Fernando Pessoa vem a nós com juízo;

permanece a dúvida: quem corrompeu?

“Navegar é preciso; viver não é preciso”

é frase ambivalente; leva-nos a suspirar.

Sinto-me prisioneiro tal qual um indeciso

tão cerceado por medos para raciocinar.

A confusão sobre “preciso” fora desfeita:

há dois significados distintos, um oculto;

um preciso trata da necessidade perfeita.

O outro preciso trata daquilo que é exato:

navegar é tarefa para minuciosa receita.

Viver rebela-se à roupagem de contrato!