A ROSA E OS ESPINHOS
Era tão linda a rosa amarela que achei.
A sua cor jamais me demonstrou tristeza
e ninguém percebeu as dores que amarguei
quando eu a vi murchar com tanta singeleza.
Nem ninguém saberá o pranto que abafei
ao ver que aquele viço era a grande certeza
da prova de um amor que nunca revelei
sem esperar da vida a volta da beleza
E agora que estou só, fitando a simples haste
daquela bela flor que espargia carinhos
tenho em meu peito dor que só me traz desgaste.
Chorando o fim da rosa, eu procuro caminhos
que anulem este amargo e penoso contraste
pois triste é encontrar apenas os espinhos.
(Soneto alexandrino)