Mora distante triste uma saudade...
Mora distante triste uma saudade,
No sopé daquele morro ensombreado,
E quando a noite cai na soledade,
Passeia entre os goivos do passado.
Azul teu manto arrasta pela tarde,
Ai quem dera antes ter lhe encontrado,
Teus olhos lembram-me na claridade
Dois círios em um céu enevoado.
O poente que viste indo vagaroso,
De ouro cobriste no cimo do outeiro
A velha cruz do Cristo tristuroso...
Fica bem longe teu reino nevoento,
Onde dobras um sino derradeiro
Vetustas as mãos gélidas do vento...