Soneto

O teu gástrico instinto corruptivo

Embeleza o nascer do poente opaco,

Serpenteia teu veneno de espaço

Coberto com desastre em que vivo.

És a m’nha Lilith que trai o amigo

Num moroso abraço de tom asco;

Como Judas soltou o grave laço

Do amor-Cristo, o pecado tão massivo.

Apesar, amo a dor desesperada

Com candor; se depeno tua indecência,

Se com beijo vomito m’nha amada!

A palavra é chicote masoquista,

Vilipêndio é tua maior conquista;

És meu vômito podre e decadência!

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 02/12/2024
Código do texto: T8209928
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