Soneto
O teu gástrico instinto corruptivo
Embeleza o nascer do poente opaco,
Serpenteia teu veneno de espaço
Coberto com desastre em que vivo.
És a m’nha Lilith que trai o amigo
Num moroso abraço de tom asco;
Como Judas soltou o grave laço
Do amor-Cristo, o pecado tão massivo.
Apesar, amo a dor desesperada
Com candor; se depeno tua indecência,
Se com beijo vomito m’nha amada!
A palavra é chicote masoquista,
Vilipêndio é tua maior conquista;
És meu vômito podre e decadência!