Um sopro
A vida é relâmpago, luz e apagão
( nunca expõe, por nada, qual seu plano)
um dia fecha, no seu palco, o pano
anunciando o fim de uma estação.
Faz com o material, com o cidadão
com o animal, com o dia, mês e ano
pensando nisso estou aqui sem sono
duas da madrugada na escuridão.
Mas logo, logo, vem o cotidiano
e, com convicção não me engano,
eu cá com meus botões penso comigo:
Tudo passa como passa, do trem, a janela,
mal da pra dar uma espiadela,
assim é a vida: um sopro, amigo.
Josérobertopalácio