ENQUANTO
Enquanto as pessoas fazem filhos,
As formigas se fartam nos defuntos;
De repente tudo sai dos trilhos,
De repente não se é mais assunto.
Enquanto as aranhas fazem linhas,
As lesmas riscam o chão;
A bactéria que escreve nas entrelinhas
Aperfeiçoa a infecção.
Enquanto eu não faço nada,
As unhas crescem nos dedos
Dos pés e das mãos.
Enquanto eu não faço nada,
Me diga com quantos medos
Se fazem momentos vãos.