CLAMOR
CLAMOR
A dor contínua oprimindo o peito
Parado diante do majestoso portal
Momento de hesitação, sem jeito
mergulha no silêncio sepulcral.
Olhos brilhantes ofuscados pelo vitral
Ladeado por cortinas de luxuoso cetim
Ouve o badalar de sinos na catedral
No canto do altar paramentos carmim.
Persigna-se com respeitosa devoção
Ante o misterioso e sacro sacrário
Probo, lentamente ajoelha com emoção
Sussurros de incompreensível oração
Olhos cerrados, na mão um rosário
A clamar com fé por divina proteção.
Maurélio Machado
imagem Google