Soneto XIV - Alma americana

Dedico como saudosa lembrança,

Como retalho de uma antiga vida

Esta elegia que não vos alcança

Do coração a lástima querida…

Quiçá noutros tempos lida e relida

A poesia, que se engasta à mudança,

Faça-se importante, faça-se sentida

E, na escuridão, faça-se esperança.

Ora, breve amigo! o temor profundo

De nova vida!? Ele não vos acanha

– Tendes na mão toda a força do mundo!

Longínqua terra? Esta não vos engana!

Ide! ide vós do Brasil para a Espanha!

Levareis convosco a alma americana…

18 de Novembro de 2024