ÓRFÃ

A mulher que carrega na infeliz

Barriga, um embrião; se não aborta,

Ganhará, pelas bênçãos da matriz,

A permissão de mendigar à porta.

Como se isso fosse algum benefício:

Receber das "graças de Deus" a esmola,

Quando, na verdade, o maior suplício

É ver o seu filho entrar para a escola.

Mas a indiferença não é o pecado

Único; será negligenciado...

“Ao bendito fruto do vosso ventre”,

Tudo. Mesmo quando houver esperança.

E, sem ter direito algum, a criança

Será órfã por quanto a vida adentre.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 22/11/2024
Reeditado em 23/11/2024
Código do texto: T8202901
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