Entre Pregos E Nuvens

Tentando ver amor no céu brutal,

A luz ficou escura, só, perdida,

Amando a morte, mas beijando a vida,

Cansada por provar o vasto mal.

Imersa num veneno assaz mortal,

Na mente jaz a rubra flor querida.

Lançando sal na sorte malferida,

No peito já pressinto a dor final.

Ao ler o meu sofrer e o meu azar,

Presentes nesses versos sem polir,

Até pensei que amar me faz chorar,

Deitado sobre pregos, qual faquir.

Porém lembrei que amar me faz sonhar,

Deitando sobre nuvens, a sorrir.