O CORPO ADORMECIDO

 

Ela dormia, no repouso dela,

angelical, poética, suave,

as mechas soltas feito um voo de ave

a detalhar a curiosa tela.

 

O coração, após perdida a chave, 

talvez guardasse alguma história bela,

um tímido nuance de canela 

ensombrecia ao fundo, estranho e grave.

 

Pétalas brancas, brancas feito neve,

o busto decoravam-lhe de leve,

cobriam sutilmente as mãos cruzadas.

 

Como se fosse, então, na noite acesa,

um corpo adormecido de princesa 

cercado de duendes e de fadas…