Jorginho

Felino doce, meu estrangeiro amigo.

Sussurra pela fresta da janela

Um grito que amoroso é compelido

Abri-la com o peito que me vela.

Inapto ao livre-arbítrio jazigo

Vontades minhas contra a tua luz bela;

Afago tão meloso tenho tido

Se brinca de imitar e até ser fera!

Teus olhos são uivantes e verdinhos,

São uvas adornadas de avidez

Perpétua como os mortos passarinhos.

Adoro rostos cálidos, fofinhos,

Porque da amargura a vida fez

Um homem dar amor só a gatinhos...

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 19/11/2024
Código do texto: T8200448
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