Jorginho
Felino doce, meu estrangeiro amigo.
Sussurra pela fresta da janela
Um grito que amoroso é compelido
Abri-la com o peito que me vela.
Inapto ao livre-arbítrio jazigo
Vontades minhas contra a tua luz bela;
Afago tão meloso tenho tido
Se brinca de imitar e até ser fera!
Teus olhos são uivantes e verdinhos,
São uvas adornadas de avidez
Perpétua como os mortos passarinhos.
Adoro rostos cálidos, fofinhos,
Porque da amargura a vida fez
Um homem dar amor só a gatinhos...