Seguia o bardo... Logo atentou num pedinte

à beira da calçada, magro e maltrapilho!

Sua figura parecia o estribilho

da canção onde a dor ressoa com requinte!

 

Mas, a miséria alheia não foi empecilho

para o orgulhoso que, no momento seguinte,

desviando o olhar com soberba e com acinte,

seguiu levando consigo o seu falso brilho!

 

Mas, o pedinte não viu a arrogância fria

no mais pobre do que ele, mas de mau porte,

levando uma alma de sentimentos vazia!

 

E, vendo a cena triste, o bardo refletiu

sobre a soberba, sobre o orgulho, sobre a morte,

e, como o ser humano é podre, fraco e vil!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 16/11/2024
Código do texto: T8198075
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