SAUDADE, VIL INQUILINA

Vida, que por aqui não faz morada,

deixou em seu lugar vil inquilina,

que desarruma o peito, atroz rotina,

a desvelar lembranças arquivadas.

Ensandecidamente, a messalina

bafeja sentimentos em lufadas,

entorpecentes pra alma viciada.

Fugaz e inebriante cocaína.

Teu cheiro, tua pele, teus carinhos

se perdem no torpor do torvelinho,

que habita essa espúria realidade.

Eu, teu dependente, de ti adicto.

Da tua ausência, réu assaz convicto,

me afogo em mais um trago de saudade.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 16/11/2024
Código do texto: T8197947
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