DIVINA IRRIGAÇÃO
Abençoada chuva que ora cai
Molhando a terra seca do sertão
E os olhos sertanejos que ante o Pai
Em lágrimas se põem, em louvação.
Tristeza do semblante já se vai,
Por essa tão divina irrigação,
Que afasta de repente cada ai, ai,
Do tão sofrido e triste coração.
O verde da esperança já que nasce
E reverdeja tudo, e vêm as flores,
E frutifica e a vida é que renasce.
É Deus vindo aspergir bênçãos às dores
Daquela gente que vive no impasse,
Mas dobram seus joelhos em louvores.