SONETO DO AMOR PLATÔNICO
Em tudo resta-me um tanto de você,
intuição perene a ressoar no peito,
que clama sem cessar o que há de ser,
o fim com que nos guarda — já perfeito.
Seremos algo além do sonho e do 'e se?'
(dois corpos: concretude realidade)
à dançar lentamente nos porquês
contendo numa tarde todas tardes?
E se à tarde finda nada mudar,
permanecermos nós, sóis equidistantes,
feito pontos cardeais — serás a fonte:
clamor do alto deste monte circular,
sibila: sempre o destino adiante
por ter me concebido um horizonte.
(Versão 1, trabalho em andamento, sem maiores revisões)