Amor
Amo-te para amar-te, simplesmente.
De um modo só enxergo o meu destino,
nem louco ou inclemente, nem ferino,
nem meigo, nem bondoso, nem valente...
De um modo só existe o meu presente,
e por amar-te, aos rótulos declino,
atenho-me ao acerto mais divino:
eu vivo para amar-te, tão somente!
Querer-te é a grandeza das metades,
o recomeço exato do infinito,
toda a razão das minhas inverdades.
Querer-te é equação que se invalida:
morrer e reviver no mesmo rito,
nascer e desviver na mesma lida.