MINHA ALMA CIGANA

Minha alma errante, livre como o vento,

Vaga em desertos, bosques e montanhas,

Carrega em si memórias tão estranhas,

E canta o som dolente do lamento.

Nos olhos traz a chama do memnto,

No peito ardente, paixões tão tacanhas,

Enquanto o tempo, em curvas tão tamanhas,

desenha o meu destino em seu tormento.

Mas não há pátria, céu ou lar que chame,

Nem porto firme, ou paz que me encante,

Sou filha das estrela, luz errante.

E mesmo ao ver do amor a doce chama,

Prefiro a vastidão que me consome,

Pois sou cigana e a liberdade é minha dama.