Soneto estrambótico
Vivia pra juntar o que ganhava
gastando o mínimo que podia
sua mulher acompanhava a agonia...
Mulher a moda antiga, aceitava.
A idade, o que é normal, avançava
uma doença ruim sofreu um dia
desenganado estava, já sabia
e do leito pra mulher ele ordenava:
prometa que meu dinheiro vou levar.
Fique tranquilo, vou providenciar
chegou o dia dele bater as botas.
Dentro do caixão pôs uma caixinha
logo uma amiga bem curiosinha:
o que tem na caixa, dele, ao lado?
Pediu pra levar seu tutu com ele
na caixinha vai o pedido dele:
fiz um cheque nominal e cruzado.
Josérobertopalácio