Já não suporto minha própria imagem
Todos meus espelhos estão cobertos
Já não suporto minha própria imagem
Fui ao autoexílio, viver à margem
Tentando esconder meus veios abertos
Perdido em tantos afluentes incertos
Dissimulando o aspecto selvagem
Desse falso oásis, turbulenta viagem
Anjos dormindo e demônios despertos
Mas nego a mim mesmo qualquer soltura
Sou réu confesso, castigo e tortura
Me afogando num mar fétido e imundo
Rejeito a luz e qualquer salvação
Apedrejo quem me oferece a mão
Para mim nada há além deste mundo