O balanço

No quintal de uma casa onde eu morava

Pendurado nos galhos de um olmeiro

Tinha um balanço - e quase o dia inteiro

Na infância nós dois ali brincava;

Você (que em segredo eu namorava!)

Tinha um rosto tão lindo, tão alveiro

Teu sorriso era franco e costumeiro

Sempre quando eu feliz, te balançava.

Mas crescemos! E a vida tão agrura

De mim levou-te embora num momento

Deixando-me uma cruz pesada e dura;

E meu fado, dorido e tão cruento

É ver nosso balanço com tristura

A baloiçar, sozinho, com o vento...

Allves
Enviado por Allves em 08/11/2024
Código do texto: T8192329
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