O balanço
No quintal de uma casa onde eu morava
Pendurado nos galhos de um olmeiro
Tinha um balanço - e quase o dia inteiro
Na infância nós dois ali brincava;
Você (que em segredo eu namorava!)
Tinha um rosto tão lindo, tão alveiro
Teu sorriso era franco e costumeiro
Sempre quando eu feliz, te balançava.
Mas crescemos! E a vida tão agrura
De mim levou-te embora num momento
Deixando-me uma cruz pesada e dura;
E meu fado, dorido e tão cruento
É ver nosso balanço com tristura
A baloiçar, sozinho, com o vento...