Nos cárceres da alma
A indiferença é uma coruja feia,
Empoleirada em uma mente torta,
Pois, lhe compete, em sua vida morta,
Em desprezar toda a desgraça alheia.
Com olhos sonolentos se comporta,
Tal qual uma fumaça que vagueia,
Perante a podridão e se entremeia,
Na fresta escura de soberba porta.
Quem olha com desprezo as amarguras,
Que habitam os sofridos corações,
Constrói na alma imensas sepulturas.
E vai, ali, pousando as emoções,
Sendo escravo das próprias desventuras;
Prisioneiro das próprias ilusões.