Nos cárceres da alma

A indiferença é uma coruja feia,

Empoleirada em uma mente torta,

Pois, lhe compete, em sua vida morta,

Em desprezar toda a desgraça alheia.

Com olhos sonolentos se comporta,

Tal qual uma fumaça que vagueia,

Perante a podridão e se entremeia,

Na fresta escura de soberba porta.

Quem olha com desprezo as amarguras,

Que habitam os sofridos corações,

Constrói na alma imensas sepulturas.

E vai, ali, pousando as emoções,

Sendo escravo das próprias desventuras;

Prisioneiro das próprias ilusões.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 07/11/2024
Código do texto: T8191666
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