Soneto da Liberdade
Me livrei da modéstia e da vaidade,
rompi os laços feitos de aparências.
Hoje vivo entre rimas e imprudência,
coleciono sarcasmos, raridade.
Guardei os ecos vãos de antiguidade,
despi o manto frágil da inocência.
Nas palavras achei resistência,
vestida de ironia e liberdade.
Não busco aprovação nem o afago,
caminho onde o senso não se atreve,
por entre o silêncio que carrego.
E no brilho sombrio que me serve,
encontro as sombras do que é vago,
na excentricidade que me ferve.