O   XEIQUE

 

 

Vândalo do corpo e da alma, da descrença,

Deslembrado do completo e do resumo,

Ganha mas não se cansa, erra, dorme... e pensa

Saber-se ao fazer-se insumo do seu insumo.

 

Despercebe e desguarda a emoção, e condensa

O seu tempo, com intencional aprumo

Que faça aparência altiva e livre, crença

Criada crua, cruz de criança que é feita rumo...

 

Ergue-se e consegue um breque, que convence

A superfície. Mas a alma é de moleque,

Dessas feitas da imperícia a que pertence:

 

Chega aos níveis circulantes de um pileque.

Final do dia que escurece, perde e vence

O desfeito xeique e os mil salamaleques...

 

 

 




 

José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 16/01/2008
Código do texto: T819155
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