O XEIQUE
Vândalo do corpo e da alma, da descrença,
Deslembrado do completo e do resumo,
Ganha mas não se cansa, erra, dorme... e pensa
Saber-se ao fazer-se insumo do seu insumo.
Despercebe e desguarda a emoção, e condensa
O seu tempo, com intencional aprumo
Que faça aparência altiva e livre, crença
Criada crua, cruz de criança que é feita rumo...
Ergue-se e consegue um breque, que convence
A superfície. Mas a alma é de moleque,
Dessas feitas da imperícia a que pertence:
Chega aos níveis circulantes de um pileque.
Final do dia que escurece, perde e vence
O desfeito xeique e os mil salamaleques...