ROSA 493 AGONIA
Em tempos idos, a vida era branda,
Matava moscas com a liga, ligeireza,
Na praia, o vento suave, eu sentia na varanda.
Fazia intrigas na frente de casa, beleza.
Em dias festivos, ficava até o sol se levantar,
Comia manga verde com sal, alegria,
Conversas e dominó, até o galo canta,
Mas agora, a rotina é só agonia.
Ao deitar, os pesares, contas a pagar,
O tempo, escasso, se esvai no ar,
Nem a cachaça, eu posso mais provar.
E assim, emburrado, linhas tortas a desenhar,
O riso se esconde, graça a se findar,
Pergunto ao destino: onde está a nova?