Dose matinal
Singela manhã que amortece
O retumbante raio de sol vara meu peito
Sem conseguir conter meu leito
Em véu cinzento se tesse.
Qual dose que me fará ver mais?
Nessa corrida matinal, anseio por tão pouco
De que vale afinal, se luto até ficar louco
Qual dose que me fará ter paz?
No final do mês me dou conta
Horas gastas, pungindo sem temer
Para no final do mês tampouco comer.
Para sempre preso nesse faz de conta
Na raiz, o lapso está por um triz
Vítima de uma história sem final feliz.