Flores das ruas
Jovens flores crescidas sob a luz das luas
Dormentes entre os escombros e muros
Nascem e crescem num universo escuro
Inertes para o sol, solitárias almas puras.
Sementes soltas são deixadas pelos ventos
Fragmentadas, esquecidas, pobres e nuas
Florescências são danificadas pelas chuvas
Convergem esquecidas nos contratempos.
Do céu descem as lágrimas de compaixão
Cristais acariciantes nas faces entristecidas
Soluçantes deuses levantando-as do chão
Sangram as suas hastes feridas pelos vícios
Invalidadas numa sociedade desconhecida
Sucumbem anônimas e sem os resquícios.
Texto e imagem: Miriam Carmignan