ROSA 491 SÍNDROME DE PETER PAN

Filhos de vícios, em noites a vagar,

Na tela iluminada, a vida a flutuar.

Pais cansados, temendo a inércia no olhar,

Em camas de sonhos, a aflição e pesar.

Vinte anos se passam, ainda a mamar,

Sabores esquecidos, em lares a penar.

A vida se esvai, quem irá despertar?

O futuro se oculta, e o tempo é mar.

Hoje, os pais não podem adoecer nem trabalhar,

pois há filhos com vinte anos que ainda querem mamar.

Não sabem cozinhar arroz nem feijão,

Passam o dia no celular, fingindo estudar.

Mas denuncia, meio-dia, a cova no colchão.

Filhos na terra do nunca, em casa é confusão.