ROSA 490
Em sombras frias, almas se ocultam,
Diante do crime, a culpa é um fardo,
A fé, um manto que os seus medos tumultuam,
E a virtude, um eco que se faz tardio e ardo.
Na cela escura, a prece é um escudo,
Um refúgio sutil para a fraqueza,
Mas a verdade, em vôo desnudo,
Desmascara a falsa religiosidade da certeza.
Que vale a oração de quem não se arrepende?
A luz do altar não ilumina a ação,
Na hipocrisia, a fé se ofende.
É a máscara que ao pecador se rende,
E em nome do sagrado, a ilusão,
Esconde a dor, mas não a condição.