Pingos de Chuva
Caem pingos suaves, tão pequenos,
Nas pétalas que a flor exibe ao céu,
Beijam-na como amantes serenos,
Dançando ao leve toque que é só seu.
O orvalho se dissolve em branda fonte,
Por entre as cores vivas se desliza,
Um brilho espelha o sol no horizonte,
Em cada gota a luz clara se avisa.
Assim a chuva e a flor se encontram, calmas,
Num abraço de frescor e alegria,
Que faz renascer as folhas e as almas.
E ao fim da dança, um rastro permanece,
De uma união tão doce e fugidia,
Que só a natureza em paz conhece.
Helena Bernardes
03 nov 2024