ROSA 485

Fugimos, buscando um novo horizonte,

Em sonhos grandiosos, almejamos,

Mas a herança, sutil, nos despontem,

Nos gestos e olhares que herdamos.

Em cada escolha, um som ressoa,

A voz dos ancestrais, firme e clara,

Nos caminhos trilhados, a vida entoa,

Um fado que, em letras, nunca se para.

Por mais que tentemos romper as correntes,

A lembrança do lar nos segue, constante,

Em ritos e modos, em laços latentes.

Assim, na corrida, um ciclo intrigante:

Fugimos de nós, mas, em nossos dentes,

O sangue e a história permanecem vibrante.