Dois de novembro
(Soneto em memória de minha avó, Maria Madalena, que cuidou de mim com tanto carinho e hoje permanece na saudade.)
Hoje, lágrimas tantas de saudade
De minha avó, Maria Madalena,
Que carregava um brilho de bondade,
Congênito de sua alma serena.
Mas me recordo, com felicidade,
Ainda com triste, condolência amena,
Que faz da sombra a dor da eternidade
De múltiplas memórias sempre em cena.
E, certo das tribulações da vida,
Posso dizer que a mágoa inda é sentida,
Mas com um terno e belo sentimento.
Tendo a certeza que em sossego esteja
Em paz, no lar que o amor tanto flameja,
E que em meu peito vive o seu lamento.