MARCHA REGRESSIVA

Nada mais permanece, meu amor,

O tempo vem dobrar-nos cedo ou tarde…

Quem fomos, pouco ainda tem sabor,

Do que era vivo quase nada arde.

Um espírito como um sol se pôr…

E acontece assim - sem muito alarde,

A força se esvai, dos cabelos cor…

Nada podemos para que retarde.

Na marcha regressiva - só passado

Permanece qual vago arremedo

Do que vivido, do que desejado

Somos a soma, ao fim, de nossos medos,

Pássaro frágil - sonho abandonado…

Tudo acabado, um estalar de dedos

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 01/11/2024
Reeditado em 02/11/2024
Código do texto: T8187130
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.