Tua amizade!? -  Me perdoa, é quase ofensa,

a tanto amor que te devoto em grau supremo!

Não quero, prefiro até mesmo a indiferença,

Pois, sentindo este amor, da amizade blasfemo!

           

Que desproposito!   Que enorme diferença!

É que meu corpo, ao ver teu corpo, vibra e treme,

e, se em tua alma esta amizade se condensa

ela, em Minh! Alma, se desmancha, chora e geme!

 

           

Portanto não quero este céu de noite escura!

Antes, a dor desta verdade, desta agrura,

do que este fogo enganador de negro lume!

 

Não! Jamais de ti vou querer esta amizade!

Antes, condenado a viver de uma saudade,

a sofrer no braseiro infernal do ciúme!

           

 

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 01/11/2024
Código do texto: T8187013
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