ROSA 492

Em ciclos vãos, a luta se repete,

No arroz e feijão, a vida arrasta,

Sonhos de um futuro que se aquiete,

Mas o peso da pobreza nos desgasta.

Alienígenas em terra estranha,

Sem proteção, o vento a nos açoitar,

Cultura ausente, a alma se desmancha,

Walt Disney em nós, um sonho a vagar.

Macaquinhos na dor de cada mãe,

A liberdade, um eco, uma miragem,

Escravos da ilusão que nos retém.

Labutamos, mas a vida é uma imagem,

Roupas de retalhos, em vão, a jornada,

A esperança, guerreira, é sempre calada.