Soneto aos humildes
Eu faço versos para os excluídos;
Eu faço versos para os desgraçados;
Para os tristonhos, para os deprimidos;
Para os famintos, para os desprezados.
Sou poeta dos pobres, dos mendigos;
Das prostitutas, dos desmazelados;
Dos invisíveis, loucos e perdidos;
Dos pobrezinhos e dos desalmados.
Meu verso acolhe a alma desvalida,
Por todo o fel da solidão, do pus,
Da ingratidão suprema dessa vida.
Adoro cada espinho, cada cruz;
Dos desafortunados dessa vida,
Dos bem-aventurados de Jesus.