ROSA 490
No seio escuro da inveja e dor,
Um jovem amigo, de ânimo frio,
Teceu mentiras, um plano sombrio,
Com a lâmina cruel de seu rancor.
O amor sincero, em segredo e flor,
Do moço e da moça, um amor tão límpido,
Fez-se em tragédia, um destino ímpio,
Pela mão do pai, com raiva e fervor.
Um golpe fatal, e a vida se foi,
Revelou-se a verdade, um fardo atroz,
Mas o tempo não apaga o que destrói.
A moça, sozinha, com dor e com voz,
Teve o pai encarcerado, um pai sem herói,
E o invejoso, perdido, em sombras, feroz.