Rendição
No campo hostil de sombras e aço frio,
Murcham-se os sonhos, cai o ardor da luta;
À frente, um vento escuro faz disputa,
Com toda fé que a alma ergueu com brio.
O sangue esvai na fúria sem desvio,
Tremula a mão que a força já reluta;
Ao som da dor, a carne branda escuta,
E, em silêncio, cede ao leito vazio.
Assim o guerreiro que cedo esmorece,
Desfaz-se em cinzas no soprar do medo,
Foge do embate que a vida oferece.
Não prova o calor que o risco concede;
Morre em seu peito a chama e o segredo:
A glória só àquele que insiste cede.