ROSA 485
Amor que em mim fulgura, vida é clara,
Nas entranhas do querer, falhei, lamento;
Palavras vãs, de um ardor que não se ampara,
Em desatino, deixei-me ao vento.
Tua dúvida, um peso a me oprimir,
Beijo furtado, desejo em chamas,
Ousadia em meu peito a sucumbir,
Nos olhos teus, meu mundo se proclama.
Reflexos de um amor que já se esvai,
Na bruma do passado, a dor se aninha;
A cada passo, um gesto que atrai,
E em ti, a essência do que eu tinha.
Se o amor é labirinto, sou de fato,
Um viajante perdido, um sonho ingrato.