Confissão etílica
Que sórdido destino este arrotado
Da boca do sincero beberrão,
Que fala sem querer, atrapalhado,
Dos dramas a fluir no garrafão.
Um gole amargo, um brinde desolado
Revela a vida em triste confusão;
A fala é torta, o passo é desastrado,
Mas segue firme em sua locução.
“Mulher me deu o fora” — ele confessa —
E chora pelo amor não resolvido,
Depois murmura: "Foi falsa promessa!"
E cai no chão, num tom desprevenido,
Jura ao garçom, choramingando à beça
De nunca mais sofrer... nem ser traído!