*Soneto do Bem e do Mal*
*Soneto do Bem e do Mal*
Enquanto o bom deseja em paz constante
estar com quem lhe espelha a nobre essência,
o mal se insinua, em vil presença,
no claro coração, puro e brilhante.
O verme, que na fruta bela é errante,
não busca a podridão por decadência,
mas crava, na inocência, sua ausência
de afeto, e faz o bom ser vacilante.
E assim, na vida, o mal teima em vencer
o brilho que ao justo é doce chama,
e o torna sombra a consumir seu ser.
Mas aquele que é bom, sempre se inflama,
renasce a cada golpe do perder,
pois luz e bem jamais o mal reclama.
Astir*Carr
Outubro/2024