O Cativo de Argel

Eu, nesta terra moura, cativado

Por um senhor despótico e cruel…

Vi neste teu rostinho imaculado

Uma esperança doce como o Céu.

Tu, filha de quem me lançava ao chão,

Na ausência de teu pai me acalentaste:

Me deste por comer o branco pão

E melhor alimento – me beijaste!

Tanto foi teu carinho e bem-querer

Que deste-me moedas ao dizer

“Paga ao mestre e serás livre, senhor!”

Paguei porém não sei se, neste estado,

Posso considerar-me libertado

Quando estou preso aos laços deste amor.

Pedro Debreix
Enviado por Pedro Debreix em 26/10/2024
Código do texto: T8182286
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