[infernos artificiais]
em nossos dias adoramos uma esfera
um sol na palma das nossas mãos
uma promessa de paz instantânea
para vencer a insônia e tristeza
do pólen das flores mais raras
os poderosos aproveitam o paraíso
a ralé se contenta com as sobras
em agulhas a tocar sua pele
os novos deuses cabem em gotas
nos frascos e nas seringas
cheios de promessas de paz e cura
somos escravos de uma máquina
que nos acorrenta nessa exploração
nos deixando infernos artificiais