Sonento com serventércios

soneto com estrambote.

A Rosa branca que perdi

À cinco anos, no jardim da vida

colhi uma rosa muito branca e bela

e inebriado no perfume dela

ao amor no meu peito dei guarida.

por uma estrada tão longa e sofrida

a protegi qual velho jardineiro

que por tempo integral, o dia inteiro

rega e poda sua planta mais querida

quando a colhi, fui lépido e ligeiro,

e a pus numa estufa aquecida

pela luz do amor mais verdadeiro.

mas certo dia a vi emuchecida

talvez cansada do velho viveiro,

e saudosa de onde foi nascida.

...... abri a porta e a mandei de volta

à terra de onde a tinha recolhido

e desde então a dor tenho sofrido

na solidão, sem mágoa e sem revolta.

mestre Egídio

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 15/01/2008
Código do texto: T818081