Soneto dá estrada

Das estrelas me sentindo abandonado

O escuro unindo o céu á terra

Vestindo o vento, barrado pelo mato

Um cheiro de bicho á passar daquele lado

Na estrada longa e armado de medo

Andei carregando minha coragem

Distante sabia eu, do conforto dá chegada

Que á passos certeiros rompia a madrugada

Então um corisco a distância iluminou

Tão cruel me queria ainda a enchorrada

Que desviava a cada relâmpago que clareava

Na chegada fui me recolhendo, me aquecendo

E as labaredas do fogão, companheira dá solidão

Me fazia feliz, como poderia um brasileiro no sertão

Kiko Pardini
Enviado por Kiko Pardini em 22/10/2024
Código do texto: T8179775
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.