ROSA 471 SUPERFÍCIE EFÊMERA

No tempo em que a verdade se oculta,

Homens e mulheres vestem-se de engano,

Na dança dos corpos, a alma se sepulta,

E o amor se exibe num frágil plano.

Buscam no brilho a essência perdida,

A beleza física, efêmera luz,

Mas o que vale, na vida vivida,

É a profundidade que um amor produz.

Desencontros brotam, amargas raízes,

No prazer fugaz, o vazio se aninha,

E ao invés de laços, surgem deslices,

Românticos são vistos com estranheza,

Por querer na noite um toque de magia,

E na luz do amanhecer, a beleza.